Como é lindo o cerrado
entre os meses de agosto, setembro e outubro! O fogo chamuscou o
tronco dos ipês e agora o negro do borralho com o colorido das
flores criam um contraste poético. Ainda não choveu e em alguns
dias há fumaça que encobre o infinito. Mas na maioria das vezes é
sob um céu azul que caminhamos.
Só há por aqui duas
estações bem definidas: a da seca e a das águas. Nada mais. Essa
história de quatro estações não se nota nas bandas do Brasil
Central.
Mas é também tempo de
transição. Não há mais o frio seco e cortante, só que esperamos
ansiosos pela chuva. Estamos numa espécie de limbo, no aguardo da
definição de como será o mês das águas, se teremos fartura ou
desertos. Antigamente não havia tal preocupação, a chuva vinha
religiosamente do mês de setembro adiante. Depois foi amiudando, até
que mudou tudo e quase não chove mais. Dizem que é consequência do
aquecimento global, mas disso não entendo. Só sei que olho todos os
dias pela minha janela no aguardo dos primeiros pingo de vida.
Adriano Curado
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